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Novo texto sobre Bolonha traduzido

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Novo texto sobre Bolonha traduzido

GIR apresenta em rede mais um texto traduzido do colectivo Professores polo Conhecimento, auspiciado desde a Unversidade madrilena.

Enviada por agir agir o 14/06/2007 19:43

Novo documento sobre o Processo de BolonhaJ

unho de 2007 Especial Processo de Bolonha AGIR apresenta em rede mais um texto traduzido do colectivo Professores polo Conhecimento, auspiciado desde a Unversidade madrilena. O presente manifesto, assinado por mais de 3.000 catedrátic@s, conta com o apoio de vários membros da docência universitária na Galiza. A organizaçom estudantil da esquerda independentista, lamentando a carência dum programa nacional de mínimos que deveria complementar o presente, compromete-se a trabalhar por dar umha orientaçom galega às escassas denúncias que correm por todo o Estado, marco referencial das reformas. É por isto que subscrevemos os pontos assinalados no documento que apresentamos sem esquecer a necessidade de vindicar alguns aspectos específicos a maiores.

QUE EDUCAÇOM EUROPEIA?

MANIFESTO DE PROFESSORAS/ES E INVESTIGADORAS/ES UNIVERSITÁRI@S

@s assinantes, catedrátic@s, professores/as, contratad@s, investigadores/as e bolseir@s de investigaçom de diversas universidades da Uniom Europeia, como responsáveis ante a sociedade de diferentes campos de conhecimento (se bem que a título pessoal e nom em representaçom das nossas respectivas instituiçons), desejamos manifestar publicamente a nossa preocupaçom ante a orientaçom que o processo de contruçom dum Espaço Europeu de Ensino Superior está a adoptar no que às reformas das estruturas educativas se refere, assim como à noçom mesma de universidade e do seu papel na educaçom superior. Conscientes como @s que mais da necessidade de transformaçons profundas que contribuam para a sua melhora, nom por isto deixamos de advertir a necessidade dum debate público no qual podam sobmeter-se a crítica alguns aspectos de especial releváncia.

Preocupa-nos
que as transformaçons da universidade se planejem sem o indispensável debate público ou que as numerosas vozes que ham de intervir nele nom deixem escuitar as opinions de professores/as e estudantes universitári@s.

Preocupa-nos
que, sob pretexto de que a universidade deve estar ao serviço da sociedade, cousa que ninguém nega, proliferem as agências e instituiçons extrauniversitárias, que dominadas polo poder político de turno ou por poderosos grupos de pressom giram a política intrauniversitária.

 Preocupa-nos que, com o argumento de que a univerisdade deve atender as demandas sociais, fazendo umha interpretaçom claramente reducionista de quê seja a sociedade, na realidade se ponha a universidade ao exclusivo serviço das empresas e se atenda unicamente à formaçom dos profissionais solicitados por estas.

Preocupa-nos
que de maneira expressa se menosprecem outro tipo de demandas sociais de nom menor importáncia, desligadas de interesses mercantis e direitamente relacionadas com objectivos perseguidos por umha parte do alunado universitário, como som a adquisiçom dumha sólida formaçom teórica numha determinada especialidade científica ou humanística, ou o cultivo de mui diversas artes e saberes, todo o qual constitui umha parte do património cultural europeu digno de ser preservado e transmitido.

Preocupa-nos
que os cámbios nom sejam respeitosos com a idiosincrasia de cada um dos estudos universitários e se aplique um modelo único para todas as titulaçons no que domine quase por inteiro a profissionalizaçom no marco dumha conceiçom claramente utilitarista do conhecimento. Em particular preocupa-nos que os critérios da chamada "avaliaçom de qualidade" tornem rígidas molduras que ponham fim à necessária diversidade dos estudos universitários.

Preocupa-nos que, anegad@s na denominada por alguns "cultura da qualidade", termine por gestionar-se a universidade ao modo dumha empresa, o que de facto implica concebê-la como um negócio do sector de serviços, ao tempo que o conhecimento se converte numha mercadoria e @s alun@s em clientes.

Preocupa-nos
que certos "expertos" em educaçom universitária convinhessem que a adaptaçom dos e das estudantes ao mercado de trabalho será a única finalidade da formaçom universitária e deva traduzir-se na adquisiçom de "habilidades, destreças e competências", o qual supom de facto um esvaziamento de conteúdos mascarado numha nova linguagem de origem extra-académica. Muito especialmente nos preocupa que as nossas autoridades académicas começassem a falar da adquisiçom de conhecimento como o "elemento limitante", a modo dum velho traxe do qual quanto antes conviria despojar-se.

Preocupa-nos que entre os nom explicitados objectivos do novo auge que estes supostos "expertos" em educaçom decidírom conceder às mencionadas competências, habilidades e destreças em detrimento dos conhecimentos próprios de cada disciplina, figure, ao menos no caso especificamente espanhol, o desejo de abordar pola porta falsa o problema do fracasso escolar dos e das estudantes, derivado por sua vez da inadequada formaçom com a qual acedem à universidade e que levou muitas faculdades a ter que criar grupos zero com o fim de paliar o devandito problema.

Preocupa-nos que, neste contexto e sob a legenda "do ensino à aprendizagem", a necessidade de reflexom pedagógica, imprescindível para a melhora do ensino universitário, se converta no pretexto para outorgar a umha particular disciplina académica, a psicopedagogia, a funçom de marcar a pauta nas demais. E que semelhante transformaçom nom desemboque numha outra cousa que nom for o aumento desmessurado do trabalho burocrático do professor (programaçom, temporalizaçom, fichas, guias docentes), que mingüe as suas energias sem aumentar a qualidade da sua docência. Em vista do acontecido com o ensino secundário, no caso espanhol isto é especialmente alarmante.

Preocupa-nos
que caminhemos face a umha Universidade cujo professorado nom vai ser valorizado fundamentalmente polos seus méritos docentes e investigadores, mas pola sua capacidade de adaptaçom às novas tecnologias de informaçom e comunicaçom (TIC) e à pedagogia do "aprender a aprender", e portanto a umha Universidade definida pola menor exigência de qualificaçom dos seus investigadores e docentes (o qual, com certeza, permite abaratar os seus custos).

 Preocupa-nos que nom se encete a reforma universitária com um estudo sério das necessidades económicas (possível aumento de plantilha, remodelaçom dos prédios, novos equipamentos), sem o qual está condenada ao fracasso. Todavia, existe a pretensom de que a actual reforma educativa se leve a cabo sem um financiamento estatal incrementado ("custo zero")

Preocupa-nos
mais especificamente que os ventos políticos corram na direcçom de reduzir o peso económico do sector estatal na educaçom, assim como de condicionar o financiamento público à prévia obtençom de financiamento privado (eufemisticamente denominado "externo"), até o ponto de chegar a converter esta exigência num surpreendente requisito de qualidade (tal e como aconteceu com as meçons de qualidade dos programas de doutorado). Assim, como resultado dum novo sistema de financiamento universitário, preocupa-nos que as universidades se vejam abocadas a conceber o seu próprio labor como a exclusiva produçom daquelas mercadorias polas quais as empresas estejam dispostas a pagar.

Preocupa-nos
que se acentuem as diferenças sociais no acesso à educaçom superior: tememos sobretudo que, na maioria das universidades, os títulos de grau acabarám significando tam só umha mera "passagem" ao mundo laboral, enquanto que os títulos de pós-grau, os que verdadeiramente vam introduzir a diferença em ponto à qualificaçom, tornam um negócio.

Precoupa-nos que a formaçom contínua e flexibilidade curricular de professores/as e alun@s, propiciadas pola reforma, constituam a ocasiom e a escusa para umha educaçom superior menos qualificada em que, de facto, se contribua para formar futuros assalariados em piores condiçons laborais e sobmetidos à extrema mobilidade por território europeu que exijam os empregadores.

Preocupa-nos, enfim, que a comunidade universitária nom exija ser escuitada, optando polo "salve-se quem puder" ou, como denuncia a Universidade de Paris 8, polo "cada quem para si e o mercado para tod@s". O que está em jogo é o futuro da educaçom superior no seio do Estado Social de Direito. Madrid, Março 2005


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